a cabeça com névoas
organizo itens como quem dá
voz aos nascimentos
o gato ainda não retornou do passeio noturno
aprendi que um sopro de vida no fundo das canetas-gel
aprendi que um sopro de vida no fundo das canetas-gel
as trazem de volta ao risco
outras peças também reclamam
mas ainda não é o tempo de
voltarem à tona
já é noite e o sumiço do xéxeu me preocupa
não consigo organizar mais nada
sempre haverá um trecho desabitado
submerso nas lembranças e na couraça muscular
palavras perdidas no meio do verso
quando a caneta falha
vacilos que cerram vozes neste poema
mesmo dando início a uma poética
aos novos ásanas
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